"Marcio é maravilhoso

Marcio é divino

Marcio é moço fino

Rufino é homem com olhar de menino

Marcio é decidido

Marcio é mestre, brilha no ensino

Marcio é guerreiro...

E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."

(Camila Senna)















quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Curupira




Nunca fui homem de adentrar matas virgens,
Mas em mim já cresceram todas as matas devastadas possíveis
Matas essas que me amendrontavam quando menino
E hoje as enfrento com tesão e ousadia de caçador feroz-felino.
Será que o menino em mim morreu?
Ou será que nasceu outro menino?
Será que ele ficou valente?
Será que ele descobriu que a terra
Não passa de enrosco de paraíso com inferno na gente?
Ele dança como vaga-lume;
Canta como cigarra;
Se excita com as picadas das mutucas;
Sente o atrevimento dos instintos das árvores e suas diretrizes;
Se alimenta vorazmente de carne crua, capim e raízes;
Se banha na embriaguez do curso das águas;
Se compadece do canto triste das aves notívagas...
E suas mágoas;
Se perde nas pegadas tortuosas e confusas do Curupira.
Ele deseja em sua pele verde tocar.
Acariciar seus cabelos de fogo sem medo de se queimar.
Sim.
Sua urbanidade o agride, enoja e desencanta.
A postura? O emprego? O papel na sociedade?
Tudo mentira!
Ele quer ser o poderoso Nada!
Ele quer ser a brisa da Mata!
Melhor amigo dos macacos.
Ele quer montar na garupa do porco do mato.
E dentro dos olhos guardiões do Curupira,
Conjugar na oração da língua da natureza
O seu mais incisivo e efêmero hiato.

Marcio Rufino

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

sábado, 6 de outubro de 2012

Réptil-Poeta



Para o poeta Felipe Rey

Serpenteia em minha mente
Ainda mais
Feliz Peregrino
Em tua língua-caneta
Escreve em meu coração
Os versos pertubadoramente suburbanos
Cujas cores das tintas mimeticamente mudam
Assim como tua alma-pele
Ora cabocla, ora negra, 
ora branca, ora pele vermelha.
Ora salgada, ora doce, ora agridoce
Jamais sem gosto, jamais sem cor, jamais sem graça
Jamais gratuita, jamais despresível, jamais esquecível.
Máscula camaleonice
Cobra Norato
Saindo das páginas molhadas de Raul Bopp
E seduzindo toda a cidade
Rei dos honrados rastejantes
Pois és da estirpe dos que rastejam através da poesia
E encanta com sua mais autêntica idiossincrasia
Pois então tome seu trono
E reine no bares
Ou em outros lugares
Nas rodovias
Nas Avenidas
Até mesmo na periferia
Nos grandes centros
Nos saraus do Rio de Janeiro
Ou quiçá do Brasil inteiro
Sem se importar
Em que terreno pisas
Pois o chão do poeta
Ao invés de estrelas
É feito de sonhos.

Marcio Rufino


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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Lançamento do fanzine Pó de Poesia na Casa de Cultura Sylvio Monteiro

              Samuca Azevedo do Enraizados recebe o carinho de nossa musa Camila Senna







                                                        Eu, Camila e Jorge Medeiros

                                                 O grupo cultural Fulanas de Tal

                                      Dida Nascimento, Maria Luíza Rodriguez e Camila

                                 O ator e músico Maurício Gallo declamando um poema

                                           Ivone Landim e o secretário Anderson "Batata" Ávila

                                                              Dida Nascimento

                                                                 Ivone Landim

                                                   Yasmin Thainá admira os fanzines 

                                                               O manifesto do coletivo


                                                                      Ivone e Camila


                                                          Jorge, eu e Rogério Lobo

                                O ator e poeta Ramide Beneret representa seu monólogo O Bêbado
 
                                            As belas poetas Aline Corssais e Camila Senna


                                                Eu declamando um de meus poemas


                                            A grande amiga do Pó de Poesia Maria Luíza
                                                                    Eu e Camila
                                                                 Os fanzines


                                               Ramide, Jorge, Dida e Ivone


                              Jorge interpretando magnificamente o poema Cântico Negro de José Régio
                               Banner dos fanzines do Pó de Poesia confeccionados por Ivone Landim


                      O coletivo Pó de Poesia confraterniza com seus fãs e amigos o sucesso do fanzine

O sarau de lançamento do fanzine do Coletivo Pó de Poesia na noite de sexta-feira do dia 28 de setembro na Casa de Cultura Sylvio Monteiro em Nova Iguaçú foi um grande sucesso. Os integrantes de grupo Ivone Landim, Dida Nascimento, Jorge Medeiros, Camila Senna, Ramide Beneret e o humilde blogueiro que vos escreve brilharam no sarau junto com amigos como Maurício Gallo e Rogério Lobo. Foi tudo uma iniciativa do secretário municipal de cultura da cidade Anderson "Batata" Ávilla que encantado com os fanzines confeccionados através de colagem pela poeta, professora de literatura, ativista cultural e fanzineira Ivone Landim decidiu lançar formalmente os números já editados num elegante coquetel promovido pela secretaria de cultura. O fanzine Pó de Poesia publica poemas não somente de poetas do grupo como de toda a região da Baixada Fluminense e de todo o país. Famosos ou anônimos.



No varal da varanda
A gota de sangue insiste
Por dentro da camisa branca

Marcio Rufino

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No meio do marasmo
Um mísero verde cospe
Uma gotinha de orvalho.

Marcio Rufino