Blog do ator, escritor e educador Marcio Rufino. Um blog para quem gosta de História, literatura, arte, cultura e outros bichos.
"Marcio é maravilhoso
Marcio é divino
Marcio é moço fino
Rufino é homem com olhar de menino
Marcio é decidido
Marcio é mestre, brilha no ensino
Marcio é guerreiro...
E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."
(Camila Senna)
Marcio é divino
Marcio é moço fino
Rufino é homem com olhar de menino
Marcio é decidido
Marcio é mestre, brilha no ensino
Marcio é guerreiro...
E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."
(Camila Senna)
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
sábado, 30 de novembro de 2013
Estação Nordeste
No sábado do dia 09 de novembro, passei a tarde interpretando Patativa do Assaré, Chico Science e Lêdo Ivo nos vagões do metrô do Rio da estação do Estácio até a Pavuna. E que eu estava participando do evento cultural Estação Nordeste onde eu e os poetas Augusto Guimaraens e Ana B que também representaram poetas nordestinos. Tudo sob a organização do também poeta e agitador cultural Lucas Viriato.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Lá Fora
Dizem pra eu tomar cuidado lá fora
Mas lá fora é um menino desamparado
Uma casa em área de risco
Um imigrante desabrigado
Um olho com cisco
Mas lá fora é um menino desamparado
Uma casa em área de risco
Um imigrante desabrigado
Um olho com cisco
Dizem que lá fora é tudo muito perigoso
Mas lá fora é um filhote recém-nascido
Um trabalhador atrasado no meio do engarrafamento
Um apaixonado desiludido
Uma sacola solta, flutuando no meio do vento
Mas lá fora é um filhote recém-nascido
Um trabalhador atrasado no meio do engarrafamento
Um apaixonado desiludido
Uma sacola solta, flutuando no meio do vento
Dizem que lá fora é tudo muito ruim
Mas lá fora é um professor perdido
Uma criança sendo abusada
Um judeu incircunciso
Uma mulher sendo estuprada
Mas lá fora é um professor perdido
Uma criança sendo abusada
Um judeu incircunciso
Uma mulher sendo estuprada
Dizem para eu não confiar em ninguém lá fora
Mas lá fora é uma cama desarrumada
Um aluno esperando sua aula
Uma dona de casa abandonada
Um ateu tentando acreditar na alma
Mas lá fora é uma cama desarrumada
Um aluno esperando sua aula
Uma dona de casa abandonada
Um ateu tentando acreditar na alma
Lá fora também chora
Lá fora tem sua responsabilidade
Lá fora também adora
Lá fora tem sua fragilidade
Lá fora tem sua responsabilidade
Lá fora também adora
Lá fora tem sua fragilidade
Aqui dentro também é lá fora
Lá fora também é aqui e agora
Lá fora também é meu
Lá fora também sou eu
Lá fora também é aqui e agora
Lá fora também é meu
Lá fora também sou eu
Marcio Rufino
sábado, 7 de setembro de 2013
Deusorixás

De repente
Surgem no território
Da minha mente
Os deusorixás
Que são fruto do amor
Dos deuses gregos
Com os ancestrais iorubás
Mítico cenário
Afro-arcaico
Que em seus ritos
Oferecem-se
Plantas, bichos
E até os próprios filhos
Entre guerras e sedições
Domínios e libações
Entre o irracional e o lógico
Entre o real e o mitológico
Há a necessidade
De se deflorar
A origem de todas as coisas
De definir o princípio
De tudo que se vê
A dificuldade de
Se reconhecer
No que não se entende
O desejo de intuir
O que não se pressente
Brasil,
Casa euro-africana
Acolhendo aristocratas,
escravos e estrangeiros
Em suas entranhas
Sangrando
A complexa narrativa
Fecundando
A herança corrosiva
Da mistura
Mitos mulatos
pululam de céus, ilhas e campos
De templos e terreiros
Abençoam e espraguejam
Nas cidades, favelas
E nas bocas dos formigueiros
No limite
Entre a ferida e o pus
Vingando a morte
De oráculos e vudus
Fazendo amor
Com deuses
E mortais
Com pessoas de carne e osso
E seres irreais
Cercados por
Pomba-giras e sátiros
Ninfas e arcanjos malandros
Que brindam
Com o vinho de Dionísio
E o sangue de Oxalá-Cristo
O limite
Entre o santo e o profano
E de repente
Surgem no território
Da minha mente
Os deusorixás
Que são fruto do amor
Dos deuses gregos
Com os ancestrais iorubás
Marcio Rufino
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Sarau Donana de julho - 5 anos de Pó de Poesia
-
Valéria de Assis
Gabriela Boechat
Marrone
Slow da BF
Vicentinho Freire
Marcio Rufino
Poeta Xandú
Ivone Landim
Dida Nascimento
Iverson Carneiro
Átila Bezerra e a banda Gente Estranha no Jardim
Camila SennaO coletivo Pó de Poesia nasceu do desejo da poeta, professora de Literatura e ativista militante lítero-cultural Ivone Landim em criar um grupo que além de ter na poesia falada a sua principal linguagem, também abraça-se outras expressões artísticas como o teatro, a música e as artes plásticas - além de interagir com outros movimentos culturais e se comprometer com as principais causas sociais de nosso tempo. Sendo assim em meados de 2008, Ivone - que já era oriunda do Desmaio Públiko, grupo de poesia que agitou a cena cultural da Baixada Fluminense na década de 1990 - num bate-papo com o músico Edu Carval no bar Floresta em Nova Iguaçú, resolveu por sugestão deste batizar o coletivo com o nome de um de seus poemas Pó de Poesia
"Pó de Poesia
Não envelheço
Porque uso pó de poesia
Assim as rugas se renovam
E um novo tecido se tece.
Uso pó de poesia
Para retirar a poeira do esqueleto
Ressuscitar o que está morto
E dá um novo verso ao rosto.
Uso pó que me leva às trilhas
Ilhada que sou entre avó e filha
Uso máscara
E escondo as marcas de cada dia
De um cotidiano sem graça.
Uso pó
Pra sumir e não achar
A idade da poesia..."
(Ivone Landim)
Ivone, então, convidou o músico Dida Nascimento, o ator, poeta e educador Marcio Rufino, o poeta e pedagogo Jorge Medeiros, entre outros poetas, artistas e educadores da Baixada Fluminense para uma série de reuniões no bar Floresta, no espaço cultural Sylvio Monteiro e na Praça do Skate, os três lugares em Nova Iguaçú, para leituras e declamações de poemas de autorias próprias.Ivone também redigiu um incisivo e panfletário manifesto que passou a ser o lema do coletivo.
Manifesto do grupo cultural "Pó de Poesia".
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão.
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretencioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
( Ivone Landim )
Nesses cinco anos o Pó de Poesia teve a aquisição de mais integrantes como os poetas Arnoldo Pimentel, Camila Senna, Felipe Mendonça, Doris Barros, Valéria Assis, Anderson Lima, Idimarcos; o ator Ramide Beneret e a artista plástica Gabriela Boechat.
A partir de 2010, o grupo passa a produzir e apresentar todo último sábado de cada mês o Sarau Donana no Centro Cultural Donana em Belford Roxo. O sarau sempre temático aborda temas pertinentes às atuais causas sociais como movimentos de diversidade racial, de mulheres e LGBT em meio a muita música, poesia e arte.
"Falar de Homofobia em meio à Poesia.... nunca imaginei que essa junção pudesse dar certo! " Diz encantada a ativista militante do grupo LGBT AGANIM Marisa Justino.
O coletivo Pó de Poesia não goza de nenhum patrocínio. Edita fanzines através de colagens artesanais feitas pela própria Ivone tem seu próprio blog http://po-de-poesia.blogspot.com/ e mantém parcerias com importantes movimentos culturais do Rio de Janeiro como Movimento Enraizados, Cineclube Buraco do Getúlio e Movimento Culturalista.E a festa de aniversário de cinco anos desta poética trupe não podia deixar de ter sido na última edição do Sarau Donana da noite de sábado do dia 27. Uma noite que o CCDonana homenageou o poeta Iverson Carneiro e os poetas-residentes Gabriela Boechat e Marcio Rufino.A noite foi encerrada com um eletrizante show da banda meritiense Gente Estranha no Jardim e um delicioso bolo de aniversário.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Cine Soneto
A tela gigantesca que brota na parede escura
Projeta em nossos olhos cenas de amor e de luta
Em clima incandescente que de forma quente tange
Sons que incitam histórias que vão do sexo ao sangue
Vida; roteiro inacabado de filme
Homens; personagens inverossímeis e às vezes firmes
Reflexos da risonha lágrima do trapalhão
Sob a lâmina da faca raivosa de Lampião
O foguete que fura o olho da lua
Explode no impacto do cinema falado
Almodovariano colorido de um pecado e sua rua
A lente da câmera indecente do fotógrafo
Lateja perplexa diante de minha alma seminua
Bastarda inglória incendiando o cinematógrafo.
Marcio Rufino
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