"Marcio é maravilhoso

Marcio é divino

Marcio é moço fino

Rufino é homem com olhar de menino

Marcio é decidido

Marcio é mestre, brilha no ensino

Marcio é guerreiro...

E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."

(Camila Senna)















quarta-feira, 19 de março de 2014

Quebradas contam Abdias













Na noite do dia 14 de março foi apresentada dentro da programação da festa em comemoração ao Centenário de Abdias Nascimento (1914-2011) no Centro Cultural da Ação da Cidadania a performance teatral Quebradas contam Abdias, criação coletiva do Coletivo de Artes das Quebradas da Universidade das Quebradas.

Ator, escritor, artista plástico e ativista político, Abdias criou nos anos 1940 o TEN (Teatro Experimental do Negro), importante companhia de teatro que montava espetáculos de temáticas que valorizavam a cultura afro-brasileira e que lançou grandes atores e atrizes como Ruth de Souza e Léa Garcia. Abdias foi um grande defensor e difusor da cultura negro-africana.

O evento foi produzido pelo IPEAFRO que tem a curadoria de Eliza Larkin, viúva do grande mestre.

Quebradas contam Abdias

Criação coletiva do Coletivo Artes das Quebradas

Elenco por ordem de entrada:

João Griot (Exú/Abdias jovem); Nelson Crisóstomo (Griot); Marcio Rufino (Abdias Nascimento); Tetsuo TEkita (povo); Edmar Júnior (povo); Noélia Albuquerque (povo/yabá) Tica Fernandes (povo/yabá); Emanoel Crisóstomo (Abdias menino); Valéria Barbosa (yabá); Eliete Miranda (Oxum).

sábado, 30 de novembro de 2013

Estação Nordeste








No sábado do dia 09 de novembro, passei a tarde interpretando Patativa do Assaré, Chico Science e Lêdo Ivo nos vagões do metrô do Rio da estação do Estácio até a Pavuna. E que eu estava participando do evento cultural Estação Nordeste onde eu e os poetas Augusto Guimaraens e Ana B que também representaram poetas nordestinos. Tudo sob a organização do também poeta e agitador cultural Lucas Viriato.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Lá Fora


Dizem pra eu tomar cuidado lá fora
Mas lá fora é um menino desamparado
Uma casa em área de risco
Um imigrante desabrigado
Um olho com cisco
Dizem que lá fora é tudo muito perigoso
Mas lá fora é um filhote recém-nascido
Um trabalhador atrasado no meio do engarrafamento
Um apaixonado desiludido
Uma sacola solta, flutuando no meio do vento
Dizem que lá fora é tudo muito ruim
Mas lá fora é um professor perdido
Uma criança sendo abusada
Um judeu incircunciso
Uma mulher sendo estuprada
Dizem para eu não confiar em ninguém lá fora
Mas lá fora é uma cama desarrumada
Um aluno esperando sua aula
Uma dona de casa abandonada
Um ateu tentando acreditar na alma
Lá fora também chora
Lá fora tem sua responsabilidade
Lá fora também adora
Lá fora tem sua fragilidade
Aqui dentro também é lá fora
Lá fora também é aqui e agora
Lá fora também é meu
Lá fora também sou eu
Marcio Rufino

sábado, 7 de setembro de 2013

Deusorixás






De repente
Surgem no território
Da minha mente
Os deusorixás
Que são fruto do amor
Dos deuses gregos
Com os ancestrais iorubás

Mítico cenário
Afro-arcaico
Que em seus ritos
Oferecem-se
Plantas, bichos
E até os próprios filhos

Entre guerras e sedições
Domínios e libações
Entre o irracional e o lógico
Entre o real e o mitológico
Há a necessidade
De se deflorar
A origem de todas as coisas
De definir o princípio
De tudo que se vê

A dificuldade de
Se reconhecer
No que não se entende
O desejo de intuir
O que não se pressente

Brasil,
Casa euro-africana
Acolhendo aristocratas,
escravos e estrangeiros
Em suas entranhas

Sangrando
A complexa narrativa
Fecundando
A herança corrosiva
Da mistura

Mitos mulatos
pululam de céus, ilhas e campos
De templos e terreiros
Abençoam e espraguejam
Nas cidades, favelas

E nas bocas dos formigueiros
No limite
Entre a ferida e o pus
Vingando a morte
De oráculos e vudus

Fazendo amor
Com deuses
E mortais
Com pessoas de carne e osso
E seres irreais
Cercados por
Pomba-giras e sátiros
Ninfas e arcanjos malandros
Que brindam
Com o vinho de Dionísio
E o sangue de Oxalá-Cristo
O limite
Entre o santo e o profano

E de repente
Surgem no território
Da minha mente
Os deusorixás
Que são fruto do amor
Dos deuses gregos
Com os ancestrais iorubás

Marcio Rufino