Blog do ator, escritor e educador Marcio Rufino. Um blog para quem gosta de História, literatura, arte, cultura e outros bichos.
"Marcio é maravilhoso
Marcio é divino
Marcio é moço fino
Rufino é homem com olhar de menino
Marcio é decidido
Marcio é mestre, brilha no ensino
Marcio é guerreiro...
E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."
(Camila Senna)
Marcio é divino
Marcio é moço fino
Rufino é homem com olhar de menino
Marcio é decidido
Marcio é mestre, brilha no ensino
Marcio é guerreiro...
E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."
(Camila Senna)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
O morro, a igreja e as crianças
Era como se fosse uma miragem
Era como se fosse além da paisagem
O enorme morro verdejante
Que ficava na frente da igreja delirante
Crianças produziam cambalhotas
Em desesperadas e dionisíacas galhofas.
O sol escondia a cara atrás da nuvem preta.
Depois a mostrava por baixo da nuvem fazendo careta.
Era como num filme de faroeste.
A gente chegava numa romaria
Numa viva imagem de tela campestre
Quando começava a adoecer o dia.
Os meninos ansiosos sufocavam o grilo
Na mesma mão que perseguia a borboleta.
Os olhos avistavam a enorme cruz
Que abrigava o pombo negro
Que descansava impávido em cima da igreja.
Mas as cambalhotas, as gritarias, as correrias,
O futebol, as bagunças
Não se podia pisar no capim escandalosamente verde
Apesar da grama querer ser amada pelos pés nus das crianças
E uma menina comia assaí como se fosse sorvete.
O urubu dançava no ar seu vôo solo
Profetizando, encenando e anunciando intensa chuva
Algo em minha natureza pedia colo.
Outra menina andava pra traz por todo o quarteirão da rua.
O urubu
O ourobú
O ouro burro que nascia das palavras do garoto
Que insistia em pular com um só pé
Depois lançava escandalosos arrotos
Por cima da oferenda de candomblé
A oferenda servida no chão da esquina
O banquete exposto no chão da encruzilhada
É a revelação da multiplicidade divina
De que Deus não diversifica só as massas.
O sonho se estabelece no agora
De um instante que brincava com seu centro
A menina me pede pra brincar lá fora
E eu digo à ela que lá fora é aqui dentro.
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2 comentários:
Podemos viajar atráves das imagens que criamos enquanto lemos essa poesia.Linda demais, me fez relembrar os tempos de criança nas festas da igreja onde morava.Parabéns.Arnoldo Pimentel
Bom te conhecer. Temos alguma experiência em comum pelo que diz tua poesia. Talvez por isso você tenha gostado do meu currículo.
abração
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