Faltou luz na rua.
Estou na escuridão.
Estou nas trevas.
Estou no vácuo.
Refletindo o que me resta.
Que uma só estrela
não ilumina toda a terra.
Ouço vozes.
Vejo vultos.
Sinto pessoas.
Reclamando
cantando
conversando
xingando.
Busco um sentido.
Procuro um sentimento.
Viro um nó cego
na garganta do mundo
que me move parado no breu
e se divide
entre o medo e a volúpia
o receio e a malícia
o pavor e a luxúria
o terror e a cobiça.
O quero eu desse lugar?
O que quero eu de mim?
Porque permito que o que eu não quero
venha me humilhar
e rebaixar toda a idéia e vida
parida em fim?
Cada coisa tem seu tempo
firme ou nublado
limpo ou nuveado.
Não me preocupo com o que já era para ter chegado
mas com o que está para chegar.
No meio do nada
recobro um verde-esperança
vindo de um sonho azul-céu
trazendo a luz que volta, mansa-branca
dentro dos seus olhos castanhos de mel.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
5 comentários:
Oi Rufino!
Gostei também - um blog de batalha!
E gostei desta poesia! O que uma luz cortada não faz, né?
Sim! Lembrei do detalhe: da mesma forma como vc é Rufino, não é Ladino, eu xandu, não sou xingu, shampoo, shogum, nem xangô... - esse até que sou: oxóssi com um cruzadinho em xangô velho. Mas xindu - ainda é novidade. rss
Beijos!
Poeta Xandu
Aceitando o convite pro orkut e pra vida, te encontro no blog (feliz achado), e vejo que faltou luz, e que o emaranhado rufiniano se desfez em verbo, em poema, que "alumia" na escuridão, a poesia necessária pro verde-esperança. Lindo o teu poema, a escuridão e as possibilidades que nela existe!
Abraços do Batalhafam!
Olá, Poeta,
Estamos aqui e ali!!!
Gostei muito de viajar no teu Blog;
principalmente, neste poema.
Abraço
Lúcia Gönczy
Ohh, Marcio, parabéns pelo blog!
Êta Poeta Porreta, você!
Um grande abraço!
Recobrar um verde-esperança é sempre um alento por dias melhores, de mais paz e amor.
Aluz sempre volto a brilhar.
Bjs.
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