O coletivo
Pó de Poesia nasceu do desejo da poeta, professora de Literatura e ativista militante lítero-cultural Ivone Landim em criar um grupo que além de ter na poesia falada a sua principal linguagem, também abraça-se outras expressões artísticas como o teatro, a música e as artes plásticas - além de interagir com outros movimentos culturais e se comprometer com as principais causas sociais de nosso tempo. Sendo assim em meados de 2008, Ivone - que já era oriunda do Desmaio Públiko, grupo de poesia que agitou a cena cultural da Baixada Fluminense na década de 1990 - num bate-papo com o músico Edu Carval no bar Floresta em Nova Iguaçú, resolveu por sugestão deste batizar o coletivo com o nome de um de seus poemas Pó de Poesia
"Pó de Poesia
Não envelheço
Porque uso pó de poesia
Assim as rugas se renovam
E um novo tecido se tece.
Uso pó de poesia
Para retirar a poeira do esqueleto
Ressuscitar o que está morto
E dá um novo verso ao rosto.
Uso pó que me leva às trilhas
Ilhada que sou entre avó e filha
Uso máscara
E escondo as marcas de cada dia
De um cotidiano sem graça.
Uso pó
Pra sumir e não achar
A idade da poesia..."
(Ivone Landim)
Ivone, então, convidou o músico Dida Nascimento, o ator, poeta e educador Marcio Rufino, o poeta e pedagogo Jorge Medeiros, entre outros poetas, artistas e educadores da Baixada Fluminense para uma série de reuniões no bar Floresta, no espaço cultural Sylvio Monteiro e na Praça do Skate, os três lugares em Nova Iguaçú, para leituras e declamações de poemas de autorias próprias.Ivone também redigiu um incisivo e panfletário manifesto que passou a ser o lema do coletivo.
Manifesto do grupo cultural "Pó de Poesia".
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão.
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretencioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
( Ivone Landim )
Nesses cinco anos o
Pó de Poesia teve a aquisição de mais integrantes como os poetas Arnoldo Pimentel, Camila Senna, Felipe Mendonça, Doris Barros, Valéria Assis, Anderson Lima, Idimarcos; o ator Ramide Beneret e a artista plástica Gabriela Boechat.
A partir de 2010, o grupo passa a produzir e apresentar todo último sábado de cada mês o
Sarau Donana no
Centro Cultural Donana em Belford Roxo. O sarau sempre temático aborda temas pertinentes às atuais causas sociais como movimentos de diversidade racial, de mulheres e LGBT em meio a muita música, poesia e arte.
"Falar de Homofobia em meio à Poesia.... nunca imaginei que essa junção pudesse dar certo! " Diz encantada a ativista militante do grupo LGBT
AGANIM Marisa Justino.
O coletivo Pó de Poesia não goza de nenhum patrocínio. Edita fanzines através de colagens artesanais feitas pela própria Ivone tem seu próprio blog
http://po-de-poesia.blogspot.com/ e mantém parcerias com importantes movimentos culturais do Rio de Janeiro como
Movimento Enraizados,
Cineclube Buraco do Getúlio e
Movimento Culturalista.