"Marcio é maravilhoso

Marcio é divino

Marcio é moço fino

Rufino é homem com olhar de menino

Marcio é decidido

Marcio é mestre, brilha no ensino

Marcio é guerreiro...

E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."

(Camila Senna)















terça-feira, 26 de junho de 2007

O homem e o bicho / O bicho e o homem.



O beijo e o bicho




Eu dei um beijo na cabeça do bicho.

Perplexado com meu ato

passei a refletir num tom apressado

o que esse beijo me podia causar.



Uma virose louca

devido ao grande contato

de seu pêlo em minha boca?



Uma alergia infeliz

devido à proximidade

de seu aroma em meu nariz?



Uma doença estranha

devido ao toque

de meus dedos em suas entranhas?



Amedrontado com meu ato

deixo que o eixo do medo

supere a ternura do beijo.



Bicho que não pediu beijo,

porque deixo que o meu preconceito

atravesse como uma espada de aço o meu peito?



Beijo: ato de amor.

Beijo: para aliviar a dor.

Bicho: criatura intrigante.

Bicho: ser interessante.



Beijo: sinal de carinho.

Beijo: derrubando os espinhos.

Bicho: animal consciente.

Bicho: quase igual a gente.



Não sabendo o que se passava na cabeça do bicho

passei a pensar que sabia o que se passava na minha.

Mas sabendo que o bicho tudo tinha a ver com isso

passei a responder com a razão o que o coração não adivinha.



Oh Senhor, Deus do Universo.

Por tudo que há de mais imerso,

não permita que eu jogue meus lábios no lixo.

Pois na minha cabeça

ainda beija

o beijo que eu dei

na cabeça do bicho.






Este poema escrevi, porque de uns tempos para cá passei a não só me apaixonar pelos animais, como chego a acreditar que serão eles que irão salvar o planeta do animal mais perigoso do mundo: o homem.

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

Um comentário:

Ianê Mello disse...

Amei seu poema, amigo! Reflexivo e divertido. Beijo pensado...beijo perdido...rsrsr

Bjs, sem medo.