"Marcio é maravilhoso

Marcio é divino

Marcio é moço fino

Rufino é homem com olhar de menino

Marcio é decidido

Marcio é mestre, brilha no ensino

Marcio é guerreiro...

E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."

(Camila Senna)















quarta-feira, 20 de junho de 2007

Um poema que diz muito de mim


Juntos

E juntos éramos uma geração, uma revolução,uma interrogação.
E juntos éramos uma história, uma trajetória, uma glória.
E juntos éramos uma aventura, uma postura,
uma fratura exposta
em pleno ocidente nacional.

E eu era apenas uma criança,
uma esperança de um futuro melhor.
Que ainda nem sabia que todo amanhã vira hoje,
para depois morrer como ontem
e renascer como anteontem

. Um curumim,
que, coitado,
achava que só porque era começo,
nunca seria meio nem fim.

Um neném,
um alguém que nada sabia da vida,
porém, achava que alguma coisa da vida sabia além.

Quando eu olhava para o céu cor de anil,
você passou e nem me viu.

Pertubando toda minha calma.
Não sou Lázaro, mas alguns vira-latas
já lamberam minhas feridas d'alma.

Alma essa que me enxerga sem me ver,
que me saboreia sem sentir meu gosto,
que me masturba sem em tocar,
que me enlouquece lucidamente.

Eu, então, passei a te perseguir.
Há duas horas digo que vou embora
mas continuo aqui.

Às vezes acho
que você é uma pequena grandeza,
já que sei muito bem
que para o amor não se põe mesa.

Mas de repente,
eu caio do cavalo.
Chorar?
Em que ombro?
Já que a sensação de estar caindo
é mil vezes pior do que a dor do tombo?

Me xingo,
me humilho,
me rasgo,
me ajoelho, me olho no espelho
ou leio um livro de Paulo Coelho.

Mas eu fico na minha.
Você fica na sua.
Uma inspiração me cobra
A criação que na verdade é sua.

Passeamos embaixo da terra,
Em cima do cèu,
Dentro do mar.

Viajamos na frente do ônibus,
Submerso ao navio,
Rasante ao avião,
Tudo é um só coração.

Olho para trás não há ninguém,
Nenhuma pessoa, nenhum espírito, nenhum perispírito,
Nenhum sinistro coelho nos roendo a carne como legume.

E será que chegamos lá?
Será que vamos alcançar algum rabo de cometa?
Alguma hélice de helicóptero?
Alguma asa de beija-flor?
Algum canto do sabiá?
Só Deus o saberá.

E juntos éramos uma luta,
uma abertura, uma cultura.
E juntos éramos uma dinastia, uma energia,
pura poesia.
E juntos éramos uma ilusão, uma consagração,
verdadeira fusão da realidade com a paixão
no Brasil da minha imaginação.


Escolhi este poema para abrir este humilde blog por acreditar ser o que eu estou mais inteiro nele. Não que nos outros eu não esteja. Mas este foi o primeiro poema que eu compus na minha vida.

Sem mais para o momento prometo abrilhantar este blog, não só com poemas de minha autoria, mas também poemas de amigos, poetas famosos artigos, crônicas e fotos. Tenham paciência pois o nosso blog está apenas começando

Um forte abraço.

Atenciosamente
Marcio Rufino

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Um comentário:

Felipe Mendonça disse...

Gostei muito desse texto também, Márcio. Ele é um poema altamente lírico que expressa uma sensibilidade apurada, de um genuíno poeta. Não é superficial, mas também não é piegas, é profundo na mais plena acepção da palavra. Aqui vc conseguiu o equilíbrio certo entre lirismo e contenção formal. Gostei. Parabéns.