"Marcio é maravilhoso

Marcio é divino

Marcio é moço fino

Rufino é homem com olhar de menino

Marcio é decidido

Marcio é mestre, brilha no ensino

Marcio é guerreiro...

E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."

(Camila Senna)















quarta-feira, 4 de julho de 2007

O amor me pegou.





O amor me pegou


entre solidão e música


entre meu quarto e minha cama.




Quando de repente


me lembrei da primeira vez


que vi seu rosto.




De repente me vejo aqui


com esse leão feroz


querendo saltar de dentro do meu peito.




Que vai dar no mar


Que nos levará para uma ilha


feita para nós dois.




Guardada por um deus grego


e uma santa católica


que se compadeceram


da sinceridade do meu amor.




Será que você não vê


que meu coração


é uma baleia gigante


que ondula, pula e salta


de cabeça para o rabo


num mar de bem querer.




Mas eu fico aqui nesse quarto


totalmente exilado, alienado, separado


desse mundo que não se cansa


de correr lá fora


dessa gente que não se cansa de andar lá fora.




Não quero que minha solidão me enterre em terra frouxa


me comendo da carne em incerteza


que é a destruição.


Mas me conduza em estradas iluminadas


por noites escuras de lua e estrelas


que é a paixão.




Bendito seja seu rosto vermelho


de vergonha e charme


Bendito seja seu olhar infantil


de inocência e arte.




Ainda hei de ver chegar o dia ou a noite


em que numa mesa de bar


ou numa festinha de estar


chegaremos juntos


passo a passo


palavra a palavra


a verdadeira razão espontânea de sentimento.




Não quero que minha loucura


faça com que minhas unhas e meus dentes


me estraçalhem vivo


que é a morte.


Mas faça com que meus lábios e minha língua


percorram os pêlos do seu corpo


sugando a sua energia


que é a sorte.




Maldito seja todo o rosto pálido


de hipocrisia e maldade.


Maldito seja todo o olhar frio


de ironia e falsidade.




Ainda hei de ver chegar a tarde ou a madrugada


em que você vai me ver


como uma pessoa


que te quer muito amor.


Que não é só um corpo


capaz de dançar,


mas de fazer música.


Não é só capaz de comer,


mas de sentir fome.




E aí você vai entender


a razão do que eu digo.


Pois é com muito orgulho


que eu grito


com todas as minhas vísceras


que o amor me pegou.




E é ele quem me abre o coração


para você passar


assim como Moisés abriu o Mar Vermelho


para o povo hebreu caminhar.




É por isso que eu sou seu


mesmo que você não queira.


É por isso que você me domina


mesmo que não me deseje.




Agora cala minha boca.


Não quero mais falar.


Não quero mais te olhar.




Não quero mais traduzir em versos


tudo que os meus olhos lhe revelam


e meu coração pensa.


Tudo que minha boca insulta


e meu pensamento pulsa.




Já que esse amor não morre.


Renasce em outro crepúsculo,


percorrendo outros músculos


em poucos minutos,


de um tempo minúsculo de se querer.




Cresce em reflexos


num mundo circunflexo


de dias perplexos


de sentido sem nexo de se viver.




Se reproduz desesperado


num momento exato


de corações apertados


e sentimentos frustrados de se esperar.




Morre em braços duros


de homens maduros


de pensamentos obscuros


e corpos profundos de se entregar.






Este poema também faz parte do livro "Doces Versos da Paixão".

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

2 comentários:

Raquel disse...

Coisa linda Macio! Tomei a liberdade de transcrever um trecho pertinente no meu blog.
Abraço

DRS disse...

Muito lindo e forte este seu poema Márcio. Um abraço.