"Marcio é maravilhoso

Marcio é divino

Marcio é moço fino

Rufino é homem com olhar de menino

Marcio é decidido

Marcio é mestre, brilha no ensino

Marcio é guerreiro...

E nesse Emaranhado Rufiniano, quero me emaranhar."

(Camila Senna)















quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Poesia depois da queda



Minha poesia


Saltou de cima da estratosfera

Sem rima, nem métrica

Sem roupa de astronauta

Muito menos paraqueda

E se espatifou

Na Av. Presidente Dutra

Perto dos travestis e das putas

Minha poesia

Pulou do espaço

Sem jump, nem isca

Se partiu em pedaços

Quase caindo

Por cima dos parasitas

Minha poesia

Vadia

Esquartejada

Rolou asfalto a fora

Sem rítimo

Nem metafora

Sem charme

Nem a menor graça

Parecia ter comido

A poeira da via láctea

Minha poesia

Dividida

Caiu sem gozo

Nem dor

Parecia ter sido cuspida

Por uma espaçonave

Ou um disco voador

Minha poesia

Esquisita

Baixou sobre o planeta

Mais imprecisa

Que uma certeza

Mais certeira

Que uma dúvida

Mais suave

que uma maldição

Mais densa

Que uma benção

Minha poesia

Lá de cima

Viu a gigantesca

Bola verde e azul

Sem deixa, sem arte

Dentre as várias partes

Parte dela foi rolando

Até a Joaquim da Costa Lima

A outra até a Av. Brasil

Minha poesia

Voraz

Veio despencando, despencando

Atravessou paraísos e umbrais

Sem se preocupar

Com seus rins

Nem com seu corpo

Atropelou anjos e querubins

Almas penadas

E espirítos de porco

Minha poesia

Suicida

Caiu e cai

Provando cada vez mais

Que nunca foi minha

É da disponibilidade

Da casualidade

Espiritual

É da vontade

Do movimento

Social.


Marcio Rufino

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